martes, 25 de abril de 2017

Ode VIII (Lenho, olaria, constróis)

Lenho, olaria, constróis
Tua casa no meu quintal.
E desde sempre te espio
.
Linhos e cal tua cara
Lenta tua casa
.
Nova crescendo agora
Nos meus cinqüenta.
E madeirames e telhas
E escadas, tuas rijezas
.
Tuas costas altas
.
Vezenquando te volteias
Para que eu não me esqueça
.
Do instante cego
.
Quando me pedirás companhia.
E não me esqueço.
Te espio de hora em hora
.
Casa e começo, tua cara,
A qualquer tempo te reconheço.
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Hilda Hilst | "Ode VIII (Lenho, olaria, constróis)".
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